Em uma sessão que durou apenas três minutos, a Câmara de Vereadores de Belém aprovou 35 projetos, incluindo um aumento salarial para os vereadores, prefeito, vice-prefeito e secretários municipais. A sessão relâmpago gerou polêmica, especialmente entre os parlamentares da oposição, que criticaram a falta de transparência no processo. Os vereadores de Belém, que já têm um dos maiores avanços do país, aumentaram seus vencimentos de R$ 18,9 mil para um valor ainda não divulgado. A votação foi simbólica, sem debate, o que gerou revolta entre os opositores.
Críticas à Falta de Transparência
O vereador Fernando Carneiro (PSOL) relatou que tentou obter uma cópia do projeto, mas o presidente da Câmara, John Wayne (MDB) , saiu apressadamente com o documento em mãos, evitando a distribuição imediata. O episódio apresentou detalhes dos projetos durante a sessão, dificultando a compreensão dos parlamentares que não foram previamente informados. A oposição, liderada por Carneiro e pela vereadora Silvia Letícia (PSOL) , prometeu avançar à justiça para anular a votação.
Impacto para os Servidores e a População
Enquanto os servidores municipais lutam por reajustes salariais e melhores condições de trabalho, como o PCCR e o Ticket Alimentação , a decisão de aprovar aumentos salariais para a próxima legislatura e para os membros do Executivo foi vista como um contraste chocante. A SEMOB , por exemplo, tem servidores que continuam batalhando por valorização e reconhecimento, sem que seus pleitos sejam atendidos há meses.
O Papel do Prefeito Edmilson Rodrigues
O atual prefeito, Edmilson Rodrigues (PSOL) , que não foi reeleito, terá uma difícil decisão de sancionar ou vetar ou reajustar. O cenário é delicado, visto que o aumento salarial beneficiará a próxima gestão e poderá gerar insatisfação pública. Rodrigues pode optar por vetar a decisão, mas caso sancione, o impacto sobre a imagem do PSOL pode ser significativo.
Próximos Passos
Com a promessa de recorrer judicialmente contra a decisão, a oposição busca anular o aumento, argumentando que é um desrespeito aos servidores que ainda aguardam seus próprios reajustes. Para o SINTBEL , o contraste entre a realidade dos servidores públicos e os privilégios aprovados em minutos é inaceitável, reforçando a necessidade de uma gestão mais transparente e comprometida com os trabalhadores que realmente fazem a cidade funcionar.